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  • Vitória Lima, Lívia Leal

(Re)encontros universitários: uma abordagem étnico-racial



Os Encontros Universitários de 2023 marcaram o início da gestão UFC Viva e Democrática, de Custódio e Diana, Reitor e Vice-Reitora. Com apresentações de trabalhos de pesquisa e extensão, palestras e oficinas, o evento estendeu-se de 8 a 10 de novembro, no Campus do Pici, em Fortaleza, e nos campi de Sobral, Itapajé, Crateús e Russas. O evento contou com, aproximadamente, 7 a 8 mil participantes diariamente, que calorosamente reencontraram-se após cinco anos desde o último EU presencial.


Com o lema “incluir para educar, educar para incluir”, Custódio e Diana reafirmaram seu compromisso com a democratização do acesso e das oportunidades, bem como com o reconhecimento da riqueza das diferenças e a necessária sede por pluralidade. Dentre as pluralidades, encontramos a discussão étnico-racial, tão necessária à vida em todos os segmentos. A Universidade está de volta ao reencontrar-se consigo mesma. Os dois eventos, entre vários ao longo de todos os campi, que mais marcaram a discussão étnico-racial do evento foram a palestra com o Ministro da Cidadania e Direitos Humanos, Silvio Almeida, e o encerramento com a apresentação do grupo musical Acadêmicos da Casa Caiada, projeto “ufceano”.


No segundo dia dos Encontros Universitários na UFC, a palestra intitulada "Incluir para educar, educar para incluir" contou com a presença do Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Prof. Sílvio Luiz de Almeida, além dos debatedores Profa. Zelma Madeira, Secretária da Igualdade Racial do Governo do Estado do Ceará, e o ativista social Preto Zezé, fundador e presidente da CUFA.


Ao início da conversa, representantes de quilombos expressaram o desejo de participar, levando o Reitor Custódio Almeida a convidar o representante João do Cumbe para sentar-se ao lado de Preto Zezé no palco. Durante a palestra, Sílvio Almeida delineou os objetivos e estratégias de sua gestão, destacando a importância da produção científica e do embasamento teórico para o desenvolvimento de ações sociais.


O ministro enfatizou os quatro pilares primordiais no desenvolvimento das políticas públicas: Memória, relacionada ao resgate e conhecimento da história de um povo; Verdade, buscando compreender os eventos sem distorções; Justiça/reparação, visando equidade para as populações mais afetadas; e políticas de não retorno, para assegurar que os progressos alcançados sejam mantidos.


Os demais participantes reiteraram as falas do Ministro. Zelma Madeira ressaltou a importância da educação e das cotas para construir uma sociedade justa. Preto Zezé e Custódio discutiram o papel da Universidade e sua responsabilidade de se aproximar das populações marginalizadas e das comunidades urbanas


Por sua vez, o encerramento dos Encontros Universitários, que contou com a presença do grupo musical Acadêmicos da Casa Caiada, levou o melhor do percussionismo e do maracatu para a Concha Acústica. Da vivência de Batuque na costura criativa do fazer coletivo a partir das brincadeiras populares que trazem o tambor, o terreiro e a festa como elementos centrais, surgiu a proposta que resultou no espetáculo “Sou tambor”, contou ao Portal da UFC, a Profª Catherine Furtado, Coordenadora do Projeto. O repertório musical conta, inclusive, com músicas autorais de pontos de umbanda e do candomblé, ressaltando a intencionalidade de representatividade das origens afro e a riqueza de todas as manifestações culturais.


O grupo também carrega traços e parcerias com o maracatu cearense, manifestação cultural que exalta a ancestralidade negra, através de trajes e músicas cheias de vida e fervor que alegram as avenidas no Carnaval. Tornando-se patrimônio imaterial de Fortaleza em 2015, o Maracatu é representado através de muito simbolismo e história por grupos musicais como o Casa Caiada - este, na Universidade, garante a alegria do Carnaval da Av. Domingos Olímpio e do reconhecimento do maracatu como patrimônio presente em nossa história e, desde 2008, manifestação presente na UFC.


O encerramento dos Encontros Universitários foi, na verdade, o início do mandato “UFC Viva e Democrática”, tão viva quanto os tambores do Casa Caiada, exaltando a alegria do pertencimento e da democratização dos espaços. O reencontro também foi com as origens. Custódio afirma que em 2024, o evento será ainda maior. Sendo encontros universitários ou não, a representatividade deve permanecer com seu lugar guardado na agenda artística e midiática da Universidade - se tudo seguir conforme o compromisso do Reitor durante sua campanha.

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