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História que resiste entre edifícios: Vila Vicentina da Estância comemora 5 anos de resistência

  • Ezequiel Alves
  • 30 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de nov. de 2021


Vila Vicentina existe há mais de 80 anos, e entre eles, cinco tornaram-se parte da luta contra a especulação imobiliária e da busca pelo tombamento definitivo do espaço.


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Na noite de quinta-feira (28), moradores e entidades fortalezenses envolvidas na luta pelo direito à cidade comemoraram, na capela do conjunto residencial Vila Vicentina da Estância (Dionísio Torres), cinco anos de resistência às investidas contra os moradores que ali cultivam seus lares. A ocasião contou com uma missa de ação de graças e com apoiadores à preservação do local.


A data celebrada marca o início do movimento "Resistência Vila Vicentina" e a vitória dos moradores contra a tentativa de intimidação em outubro de 2016, na qual três casas foram demolidas e cinco, na extensão de todo o terreno, foram destelhadas, em ação ilegal e autorizada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza. Após o ocorrido, em novembro do mesmo ano, o pedido de tombamento provisório foi protocolado e concedido. A Vila atualmente está resguardada pela Coordenação de Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza (SECULTFOR).


Mas o que é um tombamento histórico e o que torna a Vila Vicentina um espaço de valor histórico para a capital de Fortaleza?


De acordo com o Artigo 1° do Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, configura-se como patrimônio histórico "o conjunto de bens móveis e imóveis no país e que a conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico bibliográfico ou artístico".


Doada pela família Dionísio Torres em 1938 para a Sociedade São Vicente de Paulo, instituição filantrópica que alocava idosos e pessoas de baixa renda diferentes vilas pela cidade, a Vila Vicentina tornou-se local de abrigo e moradia de inúmeras famílias e, desde então, resiste em meio a paisagem vertical do bairro. Atualmente com mais de 40 casas ocupadas, o local abriga, em sua grande maioria, idosos que descendem dos primeiros moradores. Além de uma área arborizada e "tranquila", como conta Seu Jota (um dos moradores), sua arquitetura única conta também a história de uma fortaleza passada.


"A Vila Vicentina da Estância é uma das construções mais antigas do Dionísio Torres, ela tem função histórica, faz parte do início da história do Bairro.", conta Dona Fátima, moradora e uma das lideranças da resistência.

O Tombamento Definitivo da Vila Vicentina da Estância, como Patrimônio Histórico Municipal, trará segurança para a permanência dos seus moradores na mesma, aliado ao processo de regularização Fundiária, que será realizado com a concretização, em prática, do seu PIRF (Plano Integrado de Regularização Fundiária)", continua

Segundo Dona Fátima, é de imenso valor a continuidade física, histórica e afetiva do espaço. "É de suma importância para as futuras gerações que elas possam conhecer e valorizar a história do local onde nasceram, criaram raízes e afetos". finaliza.


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Campanha nas redes


Para retomar o debate do tombamento definitivo do local, os moradores estão mobilizando uma campanha massiva para dar destaque ao caso. A ação objetiva instigar os órgãos responsáveis a acelerar o processo, evitando futuras ameaças ao patrimônio. Com o nome “Abrace a Vila Vicentina”, o movimento é fruto da parceria entre o coletivo “Frente de Luta por Moradia Digna'' e o projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará “Liga Experimental de Comunicação”.

Acompanhe nas redes sociais: @abraceavilavicentina.





 
 
 

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