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  • Karyne Lane

#EleNão: ato contra Bolsonaro reúne mais de 15 mil pessoas em Fortaleza

Manifestação em repúdio ao candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, reuniu milhares de pessoas durante a tarde deste sábado, 29, na Praia de Iracema

Ato em Fortaleza / Foto: Grasielly Sousa

“Uma manhã, eu acordei

E ecoava: ele não, ele não, não, não Uma manhã, eu acordei E lutei contra um opressor Somos mulheres, a resistência De um Brasil sem fascismo e sem horror Vamos à luta, pra derrotar O ódio e pregar o amor”

As palavras de ordem acima ecoaram por toda a Praia de Iracema na tarde deste sábado, 29, quando mais de 15 mil pessoas (segundo a organização) saíram às ruas pelo movimento #EleNão e protestaram contra os posicionamentos do candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro. A multidão se concentrou por volta de 16 horas na Praia de Iracema, em frente ao Centro Cultural Belchior, de onde partiu pela Av. Almirante Barroso em direção ao Centro Cultural Dragão do Mar.

Durante a caminhada, as mulheres se mantiveram na linha de frente e, carregando cartazes e bandeiras, fizeram ecoar pela avenida a potência de seu grito. "Esse político não nos respeita e, portanto, ele não nos representa", afirma Maria Adelaide, 66, servidora pública aposentada que participava do protesto com amigas. Emocionada, ela diz que "só quem sentiu as opressões do fascismo na pele sabe o que estou sentindo agora".

Com relação à segurança dos(as) manifestantes, nenhum tumulto ou confronto com a Polícia Militar foi registrado e a manifestação seguiu pacífica. Isamelia Alves, 32, é almoxarife e militante pelos movimentos de mulheres e LGBT, e afirma que o protesto permaneceu organizado do início ao fim: "participo de atos políticos há muito tempo e, para mim, além de mais bonito esse foi o mais organizado de todos os que já fui", diz ela, ao passo em que repete os dizeres de seu cartaz: 'vocês verão com quantas "fraquejadas" se faz uma revolução'.

O ato culminou com a 'Parada Cultural Antifascista', no Dragão do Mar, cuja programação contou com a leitura do manifesto por ex-presas políticas da Ditadura Militar, falas de movimentos feministas como Nós VOZ Elas, Mulheres de Terreiro, Mulheres da Capoeira, Mulheres Indígenas, Negra Voz, Damas Cortejam, Mães do Curió, apresentação de cantoras, performances e intervenções culturais.

O movimento #EleNão é encabeçado por mulheres e ganhou força nas redes sociais após a criação do grupo "Mulheres Unidas contra o Bolsonaro" no Facebook no início deste mês. O grupo saiu do ar quando já contava com mais de 3 milhões de integrantes, depois de ter sido hackeado. Em resposta à ação criminosa de invasão e de ameaças contra as administradoras, boletins de ocorrência foram registrados e a hashtag #MulheresContraOBolsonaro ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter.

Diante da repercussão do caso e da gravidade do ataque, mulheres de todo o Brasil começaram a organizar protestos que receberam apoio e adesão de outros movimentos como o estudantil, LGBT e o de negras e negros.

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