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  • Marília Freitas

Existe idade para a militância?

Neste sábado (29), foram realizadas movimentações organizadas por mulheres, em sua maioria, contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro. Fortaleza estava entre as várias cidades que organizaram o ato. A criação e crescimento de grupos de Facebook e em outras redes sociais possibilitou a ascensão de mulheres de todas as idades e posições sociais.

 

“Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.”

- Simone de Beauvoir

 

Em meio à multidão presente no sábado, era possível observar a presença de senhoras - de todas as idades. Sozinhas ou acompanhadas de amigas ou familiares, era possível observar a diversidade em meio ao evento político. O movimento foi viabilizado, principalmente, por mulheres, que temem que seus direitos sejam questionados.

Entre elas, Maria de Paula, 86, ressaltou a importância de estar no evento. Militante da Crítica Radical desde que 'se entende por gente’, Dona Maria - conhecida como Tia Lourdes - estava presente no ato deste sábado contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro. Ela já participou de vários movimentos políticos, dentre eles o da Previdência Social. “Não, eu não tô sozinha! Eu tô com esse povo! Rosa, Maria… com todas!”, relatou, em meio a multidão. Dona Maria também relatou: “cabe a nós sabermos o que queremos, principalmente vocês, jovens. Mas não estou descartando a minha idade, porque ainda sei o que quero!"

Alice Cristina, 55, bancária, chamava atenção em meio a multidão. Era impossível não ver a fantasia da deusa-guardiã dos homens e da lei, Têmis. Ao pedirmos entrevista, ela aceita pergunta se é possível que esperem para que ela se arrume de acordo com a fantasia. “Eu estou aqui para defender a democracia. O nosso país está em uma avalanche de pessoas que querem o fascismo”. Quando questionada sobre os 29 anos de militância no sindicato e suas principais mudanças durante o período, dona Alice responde que o ódio que se implantou foi a principal diferença. “Nós não devemos permitir esse clima [de ódio] que se instalou em nosso país”.

A multidão seguiu até o Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura. Durante a caminhada, conseguimos perceber diversas faces e idades lutando por uma causa: a da democracia. Independente de candidato, não é aceitável que um fascista chegue ao poder. Não é aceitável que nossos direitos morram de um dia para o outro. Precisamos lutar, e continuar lutando, independente de sua idade e posição social.

A América Latina vai ser toda feminista!

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