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  • Malu Justa

Vacina, um direito de tod@s

Neste artigo de opinião, a pedagoga aposentada e especialista em Gerontologia, Malu Justa, reflete sobre a importância da vacinação e o início da distribuição do imunizante na capital cearense

Idosos são vacinados em Caruaru, em Pernambuco / Imagem: Prefeitura de Caruaru

Por Malu Justa


A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza anunciou, nesta quarta-feira (27), que deverá imunizar, por dia, 2 mil pessoas contra covid-19 somente no atendimento domiciliar, destinado a idosos a partir de 75 anos. Nesta quarta, primeiro dia de imunização em domicílio, 97 residências foram visitadas pelos agentes de saúde.


Segundo dados da Prefeitura de Fortaleza, a capital cearense já recebeu 37.818 doses da CoronaVac e 25.460 doses da AstraZeneca. Quem receber o imunizante da primeira marca deverá tomar a segunda dose depois de 28 dias. Já quem receber a vacina da segunda marca deverá tomar a segunda dose três meses depois da primeira aplicação.


O governo estadual de Camilo Santana anunciou um plano para vacinação dos idosos e colaboradores das instituições de longa permanência (ILPIs), considerados grupos prioritários, sendo vacinados, assim, na fase 1 da imunização. Idosos com menos de 75 anos só serão vacinados na fase 2.


Problemas diplomáticos


Na avaliação de Margareth Dalcolmo, médica pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em covid-19, estamos vivendo um impasse diplomático com a China e a Índia, que não negociam vacinas com o governo brasileiro.


Para ela, é absolutamente inaceitável e injustificável que não tenhamos a vacina em doses suficientes para imunizar toda a população, nem idosos, nem qualquer outra faixa etária.


Pressão popular


A sociedade brasileira precisa encontrar o seu caminho de ação eficaz para cobrar efetivamente do governo federal o real comprometimento com a imunização da população, para promoção da saúde, cumprindo com o que reza nossa Constituição Federal como sendo um direito de todos.


A emoção... E a vacina agora é uma realidade. Chegou pelas mãos teimosas e mentes alertas da ciência, chegou pela decisão política de poucas pessoas realmente comprometidas, mas chegou. Está sendo produzida e poderá, aos poucos, ser uma realidade para tantos brasileiros e brasileiras que a esperam, como os que olham o horizonte com olhos de Esperança. Esperança no melhor sentido, como já dizia o grande educador Paulo Freire, do verbo Esperançar.


Lar Torres de Melo


Segundo Adriana Farias Lacerda de Freitas, coordenadora de Serviço Social do Lar Torres de Melo, a vacinação para imunização dos seus moradores, grupo considerado prioritário, iniciou no segundo dia de vacinação em Fortaleza, no último dia 19.


O Lar Torres de Melo foi a primeira instituição do estado do Ceará a receber a primeira dose da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan e adquirida pelo governo estadual. Este momento foi marcado com a presença do prefeito de Fortaleza, José Sarto, e da secretária de Saúde do município, Ana Estela, que vieram para a solenidade de abertura e acompanharam a aplicação das primeiras doses, onde foram imunizados Elcias Albuquerque do Carmo, de 79 anos, e José Pereira dos Santos, de 106 anos.


Este foi um dia histórico e bastante movimentado, pois as equipes de enfermagem da Secretaria de Saúde do Município de Fortaleza e do Lar Torres de Melo tinham como meta vacinar 100% das pessoas idosas residentes e a maioria dos funcionários no primeiro dia.


Para Adriana Lacerda, a primeira assistente social do ILPI do Ceará a ser imunizada, a impressão que ficou foi a de que havia, pela primeira vez em quase um ano, grande Esperança nos olhos de todas as pessoas. Expressões de alegria, gratidão e fé acompanharam todo o trabalho realizado sob a supervisão cuidadosa das enfermeiras da instituição e da secretaria de Saúde do município.


Esperança, alegria e gratidão


Sem dúvida, a Esperança, a alegria e a gratidão manifestada em todos os olhares são os principais sentimentos e emoções que nos assolam neste momento. A expectativa e o medo cedem, enfim, lugar para um novo tempo. Todos nós sabemos que ainda é necessária a segunda dose e que, por algum tempo, as medidas de segurança ainda devem ser respeitadas. Nada, no entanto, substitui a felicidade daqueles que esperam há quase um ano pelo abraço que, por amor, não pode ser dado e as certezas dos encontros com os parentes e amigos, da volta aos eventos e festas que alegram os dias de todos. São impressões que o tempo não apagará, pois é a história de um tempo vivido que, em breve, será passado.


Sem dúvida, respiramos um novo ar, o ar de que novos tempos se inauguram com a chegada da vacina, que, embora ainda seja uma realidade para um pequeno grupo de pessoas, irá se estender por todos os brasileiros e todas as brasileiras. São os bons ventos da Esperança e da renovação de tantos sonhos que entraram em parênteses, enquanto a pandemia dizimava vidas e era preciso o isolamento social, o uso da máscara, a ausência de presenças e as presenças virtuais.


*Malu Justa tem 66 anos, é pedagoga aposentada, especialista em Gerontologia e atua, desde 2007, na defesa dos direitos da pessoa idosa, hoje integra, como conselheira titular, o Conselho Estadual dos Direitos do Idoso CEDI-CE; o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Fortaleza -CMDPI; além de ser membro do Fórum Cearense de Políticas para o Idoso-Focepi e da Associação Beneficente Social Passo a Passo para Idosos-ABSPI.

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